9.11.12

maríntima

Garrafa e meia. Vinho tinto, demi-sec, como se eu soubesse. Meu barco desancorado. Céu de um laranja áspero, cítrico, caprichoso. Brisa de outono, de ter escolhido o casaco errado. Os olhos ao mar, marejados. As pontas dos dedos, distantes, não chegam à água. Garganta de nó, enjoo de boca, parece que passa. O telefonema nem recebido já foi silenciado. Esfinges e dores que não se explicam e as ondas já levaram. Indo assim, à deriva, é só em mim que eu deságuo. Capitã tem um problema: está de barco no asfalto.

É muito mar pra pouca vida; quem sossega?