“Do meu riso, seu remorso. Você se desculpou por ter tolido meu
humor tantas outras vezes, apático, intransigente; redimiu-se por demorar a perceber
esse humor tal como o que era - alicerce do que você sentia. Talvez
houvesse mesmo muita vida naqueles olhos que me acompanhavam onda à frente,
onda atrás; vida que eu não paguei pra ver, meus trocados já haviam se esgotado
de outrora, quando eu apostava em você e na gente quase que todo o instante, aposta
manca, duvidosa, azarada. Foi de aposta irracional que vivemos por tempos e
tempos, a gente teve apego, tolerância, cisma,
quem é que diz que a gente não teve? Pra vestir das fantasias um do outro a
gente se diminuía e se esticava. Rasgava e recompunha. Não deu; a gente morreu
na praia. E saiu vivo – o que é ainda pior.”
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Nota: difícil manejar essa época bonita da minha vida com as desgraças que eu curto escrever. Sai quase na-da!
Achei o brilho e perdi a graça.